cabelos em desalinho
assustadora rouquidão
punhal em prontidão,
sinto meu corpo devastado
quero fugir das palavras
insistentes, martelam
culpada, culpada,
suas ações não deram em nada
a sombra persegue
sem dó e piedade
monstros multifacetados
medos insubmissos
escondo-me entre páginas
frases saltam em desespero
mergulho em piscina de letras
mãos em movimentos frenéticos
respiração ... suaviza
inebriada ressurjo
do aparente vazio
reconheço a face buscando ninho
meu duplo já não o temo
dama da morte e da vida
cabelos ao vento, doce melodia
da perfeita imperfeição, renasço
brota a flor-poema
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